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ENTREVISTA | Glaucia Nogueira, publicitária premiada no Brasil e no Exterior, expõe em Florianópolis
20 de Janeiro de 2016

ENTREVISTA | Glaucia Nogueira, publicitária premiada no Brasil e no Exterior, expõe em Florianópolis

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O AcontecendoAqui conversou com Glaucia Nogueirapublicitária premiada internacionalmente e diretora de cinema, com formação em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e especialização em fotografia na Universidade Federal de Minas Gerais. Glaucia trabalhou como copywriter para várias agências em Belo Horizonte, antes de se mudar para Curitiba em 1993 para criar para Exclam Comunicação. Em 1996, ela foi convidada para ser a Gerente Criativa para o banco HSBC quando este chegou ao Brasil. Glaucia começou a dirigir filmes no ano de 2000 e se mudou para Paris em 2008. Hoje ela é parceira criativa no 7º Céu Agência de Design Brand, onde desenvolveu um Pólo Internacional de Vídeo.
 

AcontecendoAqui – Sua trajetória profissional tem passagens por grandes agências brasileiras, produtoras e prêmios. Fale um pouco sobre essa bonita marca que você deixou na propaganda.

Glaucia Nogueira – A propaganda me deu muito. Comecei minha carreira como redatora em Belo Horizonte, passando por Curitiba e São Paulo. Fui a diretora de criação da agência Umuarama quando o HSBC chegou ao Brasil. Mas meu primeiro prêmio foi uma viagem pra Paris, que ganhei com um filme criado para Vide Bula. Depois vieram muitos. Prêmio Abril, Grand Prix em Nova York com o filme Chaves, alguns profissionais do ano. Neste tempo em que as empresas não tinham ainda preocupação com o social, nos já fazíamos campanhas em prol de causas importantes para comunidades. Entre elas a campanha de duplicação da BR 101 da Exclam, campanhas contra o cigarro para Master, Campanhas contra os acidentes no trânsito, para ONG como Sos Mata Atlântica. Esta, realmente, é a publicidade que me encanta.

AAqui – Depois de uma carreira intensa na publicidade você deu um tempo pra ela. O que te motivou para essa decisão?

G.N. – A pausa foi apenas no Brasil, em função da troca de pais. Ainda tenho planos de um dia reunir criativos em torno de temas e questões importantes para criar publicidade solidária. Criativos em torno de belas causas.

AAqui – Com oito anos na França e boa parte desse tempo dedicado à atividade artística, ano passado você estreou uma mostra fotográfica na galeria Artpark, no alto Marais, em Paris. Está realizada?

G.N. – Expor em Paris, em uma boa galeria, não é fácil. Então, me sinto sim realizada. Estou mais uma vez fazendo o que gosto, começando mais um novo desafio. Depois dos 15 anos como redatora, dos 16 anos como diretora de filmes publicitários e quatro anos de história da arte, resolvi assumir pra valer a minha paixão pela fotografia.

AAqui – Qual tom você deu para esse trabalho que chamou de “Longe”?

G.N. – Neste mar de obsessão fotográfica, onde somos bombardeados por imagens todo o tempo, a exposição Longe foi um desejo de distância. Uma pausa. Selecionamos 24 imagens extremamente gráficas. Um conjunto de grandes planos abertos onde a presença humana era apenas um ínfimo ponto na paisagem. A insignificância e poesia destes pequenos personagens é a força deste trabalho. Usei a distância para aproximar o olhar do essencial. As viagens constantes de avião me ajudaram a conseguir planos inusitados.
 

AAqui – Qual a estrutura da mostra em Florianópolis?

G.N. – A mostra de Florianópolis, Café com Van Gogh, foi pensada especialmente para o Café Delfino 146. São oito fotografias, do Café Albergue Ravoux, onde Van Gogh passou seus últimos dias. Quando vi o Delfino pronto e a sua bela proposta de conectar pessoas, achei que este ensaio era perfeito para o espaço. Usar as fotografias como janelas para um outro café, longe, do outro lado do mundo. Quis ir além da fotografia e unir pessoas em torno de um papo sobre arte e o olhar fotográfico.
 

AAqui – Você tem planos de viajar com a exposição pelo Brasil?

G.N. – Sim. O ensaio Café com Van Gogh é o primeiro de uma série de ensaios sobre os Cafés Europeus, palcos de encontros entre artistas, poetas, e intelectuais. E que possamos falar de arte e fotografia por este Brasil todo, sempre ligando a história de um café a seus personagens ilustres. Cafés sempre foram pontos de encontros saborosos.
 

AAqui – Há previsão de retorno à publicidade e ao Brasil?

G.N. – Estou casada com a França por enquanto. E feliz. Continuo na publicidade. Temos uma boutique de criação pra marcas de luxo, a 7-ème Ciel. Somos sete amigos que trabalham juntos para marcas como Hermes, Letra, com liberdade pra criar. Continuo dirigindo para a publicidade, num outro formato. Saí dos 30 segundos pra fazer documentários de três minutos. Mas claro que aceito esporadicamente trabalhos de direção no Brasil. Ainda bem que hoje não precisamos mais morar para estar nas cidades que amamos. E Florianópolis é uma delas com certeza.

Café Delfino 146
Rua Luiz Delfino N°146
Florianópolis
048 3307-9064