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Coluna Inovação | A participação (e as conquistas) de SC no maior evento nacional de startups
05 de Dezembro de 2019

Coluna Inovação | A participação (e as conquistas) de SC no maior evento nacional de startups

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Por Fabricio Umpierres Rodrigues 05 de Dezembro de 2019 | Atualizado 05 de Dezembro de 2019

Tradicionalmente, Santa Catarina é um dos estados protagonistas na programação, na feira de negócios e no volume de participantes na Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo (CASE), evento realizado pela Associação Brasileira de Startups e que rolou nos dias 28 e 29 de novembro, em São Paulo. O estado também emplacou diversos finalistas na premiação que encerrou o evento, o Startup Awards, em que saiu vitorioso em três das mais importantes categorias: Hub de Inovação, com a Acate; Aceleradora, com a Darwin Startups; e o principal, Comunidade do Ano, com o StartupSC (não o programa de capacitação, mas os grupos empreendedores de todo o estado representando uma bandeira só). É bom lembrar que Acate e Darwin garantiram o bicampeonato (2018-2019) e que a comunidade StartupSC volta ao pódio após a conquista em 2016.

Não é fácil sair laureado de lá. Nos últimos dois anos, o movimento de startups de São Paulo – vitaminado por grandes fundos de investimento internacionais – gerou os primeiros unicórnios do país, como Nubank, iFood, Gympass, Stone etc. Mas o que faz unicórnios é o apetite de investidores. O conceito de comunidade é o verdadeiro combustível do sucesso do que se chama de “ecossistema de inovação” em Santa Catarina.

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Em um dos primeiros paineis do evento, três dos mais importantes ecossistemas de inovação do Brasil – Recife, Florianópolis e Belo Horizonte – apresentaram suas origens, desafios e perspectivas. Em comum, as três capitais tinham há décadas um histórico de formação de mão de obra altamente qualificada nas áreas de Computação, Sistemas e Engenharia, mas sofriam pela falta de empresas capazes de reter esses talentos na região.

Dos três casos, o desenvolvimento catarinense foi o que começou primeiro, a partir de meados dos anos 1980, com a criação de entidades e fundações de pesquisa, incubadoras, parque tecnológico (década de 90) até os movimentos de startups, programas de fomento e maratonas de empreendedorismo, como os Startups Weekends. “Em 2020, o Sebrae se comprometeu em apoiar a realização de 22 Startup Weekends em Santa Catarina, um número recorde no Brasil. O grande diferencial é que a entidade deixa que a organização fica com as comunidades locais, que se organizam e criam seus ecossistemas regionais“, explicou João Martinelli, gerente de comunidades da aceleradora Darwin Startups.

 

RD, Exact e Decora: cases locais como referência nacional

Algumas das mais famosas empresas de tecnologia nascidas no estado ao longo dessa década também ganharam destaque na programação do CASE. No dia do evento, o CEO da Exact Sales, Théo Orosco, dissecou o desenvolvimento comercial de sua empresa ao longo dos últimos cinco anos e aproveitou para anunciar a nova rodada de investimentos, por parte do fundo Astella, no total de R$ 15 milhões. 

No palco principal, o CEO da Resultados Digitais, Eric Santos, foi franco ao abordar os desafios de criar uma cultura corporativa em uma empresa de alto crescimento e também aquilo que considera seu momento mais difícil: o de fazer um downsizing de praticamente 10% da equipe, ou seja, uma demissão de mais de 70 colaboradores da RD, em agosto de 2018. “Nós tínhamos feito uma revisão do nosso modelo de negócio para achar ineficiências e evitar que o nosso crescimento fosse um voo de galinha. E naquele momento havia 70 pessoas sobrando, por questões de desempenho e outros fatores. Foi o momento mais difícil da minha vida”, ressaltou.  

O case da Decora, que criou um software pioneiro para geração de imagens 3D por conta de uma oportunidade gigantesca de negócio nos EUA, também impressionou os presentes. O cofundador Paulo Orione lembrou quando a empresa pediu um adiantamento de US$ 1 milhão ao cliente gringo para começar a desenvolver o software: “tínhamos um ano para entregar o que tínhamos vendido e levamos seis meses para desenvolver só o software, cheio de bugs”.

Desespero à parte, o sistema vingou e ajudou a empresa a se tornar a maior produtora de imagens 3D do mundo. “Nadamos de braçada então no mercado dos EUA e, quando fomos vendidos para a Creative Drive, em 2018, (por US$ 100 milhões), foi o segundo maior exit de uma empresa brasileira naquele ano”, lembra Paulo. 

Uma mostra de que um ecossistema não se faz apenas com algumas poucas empresas fora da curva, mas com o desenvolvimento de uma série de iniciativas, programas de apoio, recursos grande volume de material humano para transformar ideias e necessidades de mercado em serviços. Como aqueles que o maior evento de startups do país acabou de reconhecer, mais uma vez.

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