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Coluna Fabricio Wolff | O desrespeito da Comunicação Pública
08 de Julho de 2019

Coluna Fabricio Wolff | O desrespeito da Comunicação Pública

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Por Fabrício Wolff 08 de Julho de 2019 | Atualizado 08 de Julho de 2019

Qualquer pessoa com um mínimo conhecimento e bom senso, reconhece a comunicação como grande divisor de águas entre o sucesso e o fracasso. Historicamente, por exemplo, a sociedade só se tornou possível por causa da comunicação. Quando o homem, ainda na pré-história, viu que viver reunido era a maneira mais fácil – e talvez a única – para sobreviver aos perigos daquela existência rudimentar, nasceu a comunicação. Ela, necessária, indispensável, fundamental. É por isso que se diz que sem a comunicação, a sociedade (esta mesma, que conhecemos) não existiria.

 

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Apesar desta máxima incontestável, é interessante – e decepcionante – verificar que muitos homens públicos não dão a devida atenção à comunicação. Na vida pública, ela é tão inconteste quanto na história da construção da sociedade. A comunicação informa, une, modifica, mobiliza, mas faz mais… muito mais. Ela cria imagens que são percebidas pelas pessoas e constroem verdades para esses receptores da mensagem. Logo, a comunicação forma opinião, valor fundamental para as administrações e homens públicos.

 

Na contramão desta verdade conhecida, reconhecida e inconteste, não são raros os casos em que homens que comandam administrações públicas viram as costas para esta realidade. Às vezes, o município é tão pequeno que as poucas secretarias não contemplam a estrela de primeira grandeza para a comunicação. Ela fica relegada a um segundo ou terceiro plano, até pela falta de capacidade de entendimento do agente político de que a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma administração pública está em uma secretaria de comunicação inteligente e bem estruturada.

 

Em outras vezes, é a falta de inteligência desses homens públicos que mata e enterra a possibilidade de um bom trabalho na área da comunicação. Não raro, administradores públicos de prefeituras que possuem uma Secretaria de Comunicação nomeiam comocomandante da equipe pessoas que não são do meio, que não trabalham com comunicação, que não conhecem as teorias comunicativas e na imensa maioria das vezes não possuem sequer experiência na área.

 

Recentemente pode-se acompanhar isso em um dos maiores municípios catarinenses, cuja titularidade do cargo maior da comunicação foi (sempre político e partidariamente) destinada a economistas, médicos, advogados e pessoas sem formação. Não é preciso dizer que o desrespeito à ciência da comunicação e a tudo que a comunicação representa na história da humanidade – e para a política, naturalmente – desembocou em uma sucessão de erros estratégicos que fritaram o administrador eleito politicamente, com consequência direta para seus apoiadores.

 

Há um ditado muito popular que vem ao encontro deste novo momento político exigido pela sociedade brasileira e que serve como uma luva para definir a importância da qualificação da comunicação pública, que deve empossar nos cargos mais altos do estafe da administração da área pessoas qualificadas na própria área: “Cada macaco no seu galho”. Se com a tecnologia de hoje qualquer pessoa pode postar e espalhar informações e com as práticas da velha política era possível virar as costas para a competência técnica privilegiando o compadrio partidário, é preciso reconhecer que só um bom profissional da comunicação consegue pensar, criar e colocar em ação estratégias que efetivamente farão a diferença para a imagem da administração pública e do gestor eleito. Afinal, comunicação de verdade não é para
amadores.

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