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Coluna Fabrício Wolff | A comunicação diz quem você é
05 de Novembro de 2018

Coluna Fabrício Wolff | A comunicação diz quem você é

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Por Fabrício Wolff 05 de Novembro de 2018 | Atualizado 05 de Novembro de 2018

A comunicação é mais. Ela diz quem você é. Por suas palavras ou por suas atitudes (lembre-se do que já tratamos em colunas anteriores, as ações falam por si só), as outras pessoas fazem uma imagem de você. E, na imensa maioria das vezes, esta imagem representa exatamente aquilo que você é.

Por essas e outras, comunicar bem vai muito além do que você fala ou escreve. Perpassa pelas suas intenções, pelas suas atitudes e até mesmo pelas suas omissões. Este conjunto de ações passará aos outros uma imagem daquilo que você é. Interlocutores mais perspicazes, mais atentos e preparados (caso, por exemplo, de quem se comunica bem ou de funcionários de departamento de RH), enxergam isso com facilidade, o que por si só já ressalta a necessidade de você cuidar deste tripé revelador. Ser pró-ativo com intenções éticas bem definidas, por exemplo, pode colaborar bastante na comunicação de uma boa imagem.

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E se este tripé (intenções, atitudes e omissões) geralmente é notado pelos interlocutores mais perspicazes, a fala e a escrita costumam “entregar” quem você é para a grande maioria das outras pessoas. Erros gramaticais ou mesmo ao falar, demonstram, no mínimo, falta de preparo. Não é difícil, por exemplo, ouvir pessoas falarem “para mim fazer”, “para mim comprar”, “para mim gostar”… ou seja, a expressão mim (variação do pronome eu) com um verbo imediatamente em seguida. Um erro gritante que avilta a língua portuguesa e a norma culta. Ainda assim, muita gente (algumas até com estudo avançado) utiliza esta conjugação de maneira errada. Voltando às aulas da infância, professores já diziam “mim não faz; mim não é índio”.

Este é um erro crasso na língua portuguesa. Dói no ouvido porque comumente é falado, embora também possa ser cometido na escrita. Aliás, é nela, a escrita, onde reside o maior número de erros. Caso das expressões “a fim” (finalidade, objetivo) e “afim” (afinidade, semelhança). Geralmente a pessoa escreve sempre igual, quando na verdade elas têm significado diferente. Aliás, o “têm” da frase anterior é utilizado com acento quando se refere ao plural (“elas têm”). Se a expressão é no singular, o “tem” não leva acento. 

Outro erro muito comum é a crase, geralmente mal utilizada (note que o mal com “l” é o contrário de bem; enquanto mau com “u” é o contrário de bom). Uma regra geral diz que a crase aparece quando há a contração de artigo mais preposição. Logo estarão presentes na frente de palavras femininas, nas expressões que indiquem hora… Ah! E o há (com h) é utilizado no sentido de existir, fazer. Não tem nada a ver com o “a” sem crase ou o “à” com crase. Além disso, mais é expressão de soma, adição, quantidade; enfim, é o contrário de menos (nunca “menas”, palavra que não existe). Já “mas” é uma expressão que remete a uma explicação e substitui palavras como “porém” ou “no entanto”.

Enfim, são muitos os erros que podem ser cometidos na língua portuguesa e eles se dão por falta de conhecimento ou de atenção. Em ambos os casos, no entanto, pega mal o deslize. Afinal, como já disse desde o início deste texto, a comunicação diz quem somos, diz quem você é. E ficar com uma imagem de desatento ou de alguém que desconhece e tem pouco trato com a própria língua pátria, é algo que depõe contra a sua imagem. Afinal, a comunicação – em todos os seus ângulos e nuances – é quem define a imagem que os outros fazem de nós. Poderia se dizer, então, que define quem somos. Pelo menos quem somos no mundo coletivo, que é o mundo do qual fazemos parte.

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