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Coluna Ana Lavratti: Se a única constante é a mudança, como eu vou me equilibrar?
13 de Janeiro de 2020

Coluna Ana Lavratti: Se a única constante é a mudança, como eu vou me equilibrar?

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Por Ana Lavratti 13 de Janeiro de 2020 | Atualizado 13 de Janeiro de 2020

 

Neste domingo, dando uma espiada em “21 lições para o século 21”, do mesmo autor do best seller “SAPIENS, uma breve história da humanidade”, quase perdi o ar ao mergulhar no capítulo sobre Educação.

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Tratando a mudança como a única constante, Yuval Noah Harari faz algumas prospecções para o ano de 2048, quando a minha filha terá passado dos 40 a anos-luz de se acomodar. Muito pelo contrário, vai estar só pelo início de um dos muitos resets exigidos pela vida real.

 

“Humanos como indivíduos e o gênero humano como um todo terão de lidar cada vez mais com coisas nunca antes encontradas, como máquinas superinteligentes, corpos projetados e formados pela engenharia, algoritmos que podem manipular suas emoções com incrível precisão, fulminantes cataclismos climáticos criados pelo homem e a necessidade de mudar de profissão a cada década”, anuncia o historiador, sem deixar de acrescentar que as fronteiras, que nós vimos ceder tão de perto, com moeda única na Europa e a informação correndo o mundo em tempo real, poderão já ter se deslocado para a esfera do ciberespaço.

 

Migração entre planetas. Migração de profissão. Migração de gênero a cada fase da vida. Tudo isso ele prevê pra geração da minha filha. Enquanto isso, por aqui, ainda nem me desfiz da pilha de livros impressos de estrondoso sucesso, com exemplos e mais exemplos, lamentos e mais lamentos das mulheres que havia pouco tempo só viviam para o lar.

 

“As 5 linguagens do amor”, de Gary Chapman.

“Os homens são de Marte, mulheres são de Vênus”, de John Gray

“Perdas & ganhos”, onde a Lya Luft nos incita a recriar-se a cada momento. “Se quisermos congelar o tempo e nos encerrarmos nesse casulo, estaremos liquidados antes mesmo que a juventude acabe. A realidade continuará à nossa volta, e um dia vamos descobrir que estamos fora dela”.

 

Sim, assusta. Mas não é delegar que vai nos salvar.

“Deixa a vida me levar”… essa Era já era!

Num mundo onde tudo muda,

onde a gente avança tateando no escuro

a mente aberta e alerta ainda é o melhor escudo.

 

“Para sobreviver e progredir num mundo assim, você vai precisar de muita flexibilidade mental e de grandes reservas de equilíbrio emocional. Terá que abrir mão daquilo que sabe melhor e sentir-se à vontade com o que não sabe”, diz Yuval Noah Harari, exigindo de mim, mãe, uma nova forma de pensar e educar. E lá fui eu pesquisar…

 

Em “Mindset, a nova psicologia do sucesso”, Carol S. Dweck nos instiga a distinguir o mindset fixo, de quem acredita que a aptidão já vem de nascença, do mindset de conhecimento, de quem acata as críticas, é movido a desafios, acredita que a inteligência pode ser substancialmente aprimorada, percebe nos obstáculos uma oportunidade de transformação e nos erros a chance de aprendizado.

 

O que mais me impressionou, no entanto, foi como a crença em que me encaixo determina como eu vou me rotular. Para quem opera com mindset de crescimento, o fracasso se enquadra como fato. Algo como “desta vez, não deu certo”. Enquanto para as pessoas com mindset fixo, apegadas a um status, conquistado ou ilusório, o fracasso se molda em identidade, em condição definitiva. O sorrateiro “sou um fracassado”.

 

Por isso, como mãe, tendo já lido, aprendido e decidido ler muito mais em 2020, o que mais desejo ensinar pra minha filha, cidadã de um futuro por enquanto fictício, pois não temos nem ideia do que vem por aí, não é acertar sempre. É sempre que errar, saber reagir. Quanto mais cansada se sentir, mais determinada se tornar. Porque uma queda até nos deforma. Mas não nos define.

 

Na Galeria de Fotos, um pouquinho do equilíbrio que encontrei neste domingo, no rolê de bike pela Beira-Mar.

Se a única constante é a mudança, então a salvação está em saber se equilibrar.

 

 

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